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A empresa Ourofino Agronegócios recebeu o prefeito Paulo Piau nesta quarta-feira (5), na planta da empresa no distrito industrial III, em Uberaba. Na ocasião, houve discussão do estudo encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a situação da indústria química no Brasil, com a participação de integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e BNDES.
Com a expectativa de que precisa de apoio para continuar crescendo, o segmento de defensivos agrícolas, por meio da Ourofino Agronegócios, aposta no alinhamento de forças em defesa do setor industrial brasileiro como um todo. Segundo o presidente da empresa, Jurandir Paccini Neto, essa mobilização nasceu a partir do estudo do Ministério da Casa Civil, preocupado com o déficit da balança comercial registrado nos últimos anos, o que vem levando à estagnação de algumas áreas da indústria. Este não é o caso do segmento de defensivos agrícolas que vai crescer 8% neste ano, mas poderia crescer muito mais se houvesse mais incentivo e desburocratização.
O prefeito Paulo Piau, consciente da importância da indústria química para o município e para o Brasil, se comprometeu em liderar ações junto aos governos estadual e federal. “Precisamos facilitar a vida do investidor que quer produzir mais, por isso estamos prontos para ajudar nessa cruzada pelo crescimento desse setor industrial, responsável também pelo crescimento da produção agropecuária”, afirmou.
O estudo feito por duas consultorias analisou todo o mercado da indústria química brasileira, que significa hoje 160 bilhões de dólares. O Brasil é responsável pela produção de 21% de todo o defensivo agrícola do mundo, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). No trabalho apresentado, concluiu-se que o mercado de defensivos agrícolas tem ainda grande potencial de crescimento, capaz de ajudar o país a voltar a ter superávit na balança comercial. Entretanto, existem alguns entraves, como o licenciamento de produtos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que acabam retardando a expansão dos negócios.
“A discussão foi para alinhar idéias e forças, por meio do Mdic, da Prefeitura de Uberaba, sindicatos e associações do setor para que haja ações e mudanças que impulsionem o setor para gerar empregos e renda. Uberaba, naturalmente, é o grande local para que os investimentos ocorram no Brasil, principalmente, pela sua localização e pela infraestrutura do distrito industrial químico”, disse Jurandir.
O gerente de Informação do Sindiveg, Ivan Amancio Sampaio, disse que os defensivos agrícolas crescem de forma excepcional no Brasil, mas reconheceu que é preciso fazer política para investir mais em síntese local, porque hoje cerca de 80% do defensivo comercializado é de origem importada. Segundo ele, há vinte anos era exatamente o oposto. “Temos hoje 300 ativos no mercado e somente 20 são sintetizados localmente. É preciso mudar essa realidade”, explicou.
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas especialidades, Nelson Brasil de Oliveira, existem concepções distintas em diversos órgãos governamentais o que dificulta o desenvolvimento industrial no Brasil. “O grande problema da desindustrialização brasileira é a falta de estabilidade e de segurança, porque investimento requer planos de longo prazo de maturação. A mudança de regras ou não sendo seguidas orientações num curto prazo aí não dá, só se consegue com marco legal. E com um plano de Estado que perdure por diferentes governos”, assegura.
Jornalista Reginaldo Cangussu (Decom PMU)
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