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Durante reunião na manhã desta sexta-feira (23), a secretária de Desenvolvimento Social, Ângela Dib, junto à Guarda Municipal (GM), decidiram por intensificar as abordagens aos andarilhos nos próximos meses. As estratégias traçadas visam atender estas pessoas de forma eficiente e humanizada. A secretária também destacou que uma reunião com os municípios responsáveis por enviar pessoas em situação de rua para Uberaba será marcada o mais breve possível. Aqueles que não forem de Uberaba serão levados diretamente para a rodoviária pelas equipes da Abordagem Social e da GM e receberão bilhete de passagem para seus locais de origem.
Já os uberabenses serão levados para a Casa de Passagem, Comunidade Terapêutica ou Casa de Acolhimento, de acordo com cada caso. "É importante ressaltar que não podemos obrigá-los a entrar no carro da Abordagem nem na viatura da GM. Muitos usam de violência e ameaça até contra as nossas assistentes sociais. Por isso, a Guarda terá uma postura mais significativa nestas situações. Esta ação é muito importante”, enfatiza Ângela.
A operação já é realizada há três semanas e, conforme constatado pelas equipes de abordagem, a maioria dos andarilhos não é uberabense. Eles relatam procurar a cidade por receberem todo tipo de auxílio da popualção local. Segundo os assistentes, um homem abordado pela equipe, ao ser convidado para se abrigar na Casa de Passagem ou retirar um bilhete de volta para sua cidade, disparou: “Pra que vou para a Casa de Passagem comer arroz, feijão e mistura, sendo que na rua eu como filé e até salmão?”.
Histórias semelhantes têm sido muito ouvidas durante as ações. Há um migrante itinerante da Bahia, há cinco anos radicado em Uberaba, que se autointitula o “Rei do Albergue”. Outros relatam terem sido trazidos por vans de municípios vizinhos para cá. Alguns andarilhos contam ainda receber de R$ 100 a R$ 200 diariamente de esmolas. Além de existirem restaurantes que doam comida e bebida alcoolica para estas pessoas em situação de rua.
Neste sentido, a secretária frisa ser necessário ir contra a cultura de assistencialismo e caridade extrema. “Enquanto as pessoas de nossa cidade não se conscientizarem que quanto mais esmolas e comida derem, mais pessoas irão para as ruas. Uma coisa é fato: Os outros municípios estão enviando estes andarilhos para Uberaba, pois aqui eles têm tudo. Comida é que não lhes falta e dinheiro conseguem nos semáforos” afirma.
Desde o ano passado, a Seds desenvolve trabalho de conscientização sobre o assistencialismo. Houve fórum de discussão, no qual compareceram grupos espíritas, Igreja Católica e Polícia Militar. Também foram espalhados cartazes com o slogan “Com inclusão podemos resgatar quem está nas ruas. Não a esmola”.
“O nosso papel é resgatar os moradores de rua de Uberaba. Por isso temos os nossos serviços ligados à Assistência Social para quem deles necessitar”, diz a secretária. Ela também recorre à ajuda da sociedade. “Precisamos muito da colaboração da nossa população. Enquanto não mudarmos esta cultura assistencialista, não chegaremos a lugar nenhum”, pede.
A Seds emite de 30 a 40 passagens rodoviárias semanalmente aos migrantes itinerantes. Somente em 2014, foram 1.510 atendimentos na Unidade de Atendimento ao Migrante, no Setor de Migração. A Abordagem Social prestou 2.390 atendimentos e a Casa de Passagem ofereceu abrigo a 3.660 pessoas.
Mariana Bananal (Estagiária de Jornalismo)
23/01/2015
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