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O procurador da República em Uberaba Thales Messias Pires abriu prazo de cinco dias para que a Petrobras explique o edital para a venda de equipamentos da UFN5 em Uberaba, a chamada Planta de Amônia. Em reunião com o prefeito Paulo Piau ontem na sede do MP, o procurador revelou ainda que pode vir a requerer a suspensão do Leilão agendado para o dia 21 desse mês. O prefeito já esteve com o presidente da República Michel Temer também requisitando que o leilão seja suspenso e que seja dado tratamento igualitário para a UFN5, ou seja, nos mesmos moldes das unidades de Três Lagoas MS e Araucária PR que estão sendo vendidas em bloco e como negócio, ao contrário da unidade de Uberaba em que somente equipamentos estão sendo comercializados, o que em tese inviabilizaria a retomada do empreendimento pela iniciativa privada.
Piau fez a explanação do projeto para o procurador, mostrou documentos, ofícios e memorandos sobre o caso e se dispôs a ajudar o MP no que for preciso. O procurador requisitou o histórico do projeto e cópia de alguns documentos que serão entregues pela Prefeitura. Para o prefeito, é uma afronta não apenas à comunidade de Uberaba e região, mas para o país, “sucatear” os recursos do povo brasileiro que foram investidos na unidade local.
“Que a Petrobras não quer mais investir no ramo, é uma decisão dela, mas temos investidores privados interessados e, portanto o que queremos é tratamento igualitário, não a venda fatiada. Queremos que seja inserida na venda conjunta como fábrica, pois dessa maneira existem interessados no modelo de negócio que é estratégico para o Brasil”, comentou Piau. O prefeito comentou ainda sobre os recursos já investidos, pois além de equipamentos, houve investimentos de monta em terraplanagem, na licença ambiental e até mesmo no treinamento de empresas interessadas na cadeia produtiva da fábrica. “A Petrobras possui aqui um ativo do povo brasileiro e que não pode ser entregue de forma fatiada e a preço de banana”, disparou Piau.
Para o procurador, além da questão dos recursos públicos já investidos e que é grave, existe ainda a questão do impacto social na comunidade. “Podemos sim ajuizar uma ação para interromper. Estou aguardando a resposta da Petrobras, já estive em contato com outros colegas do MP em outras localidades e vamos avaliar a questão do patrimônio público, dos impactos sociais, econômicos e podemos avançar fortemente para ajuizar uma ação”, comentou o procurador.
Mesmo com a ação da Procuradoria da República, o prefeito Paulo Piau revelou que vai continuar na investida política para a inserção da UFN5 na venda em bloco. “Essa é uma luta por tratamento igualitário em algo estratégico para um país que importa a maioria do seu fertilizante. Uma luta para uma fábrica que estava sendo construída exatamente na região do maior polo de fertilizantes fosfatados da América Latina. Portanto, é uma luta de todos nós”, finalizou Piau.
Denis Silva
Secom
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