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“São uns verdadeiros idiotas com a questão da produção de fertilizantes no Brasil, pois não percebem a importância de salvar algo tão importante para nossa economia como o agronegócio brasileiro”, afirmou Piau ao falar sobre o preço do gás e dificuldades fiscais para produzir
Compensação. Esta, segundo Paulo Piau, prefeito de Uberaba, é a palavra chave da proposta da Codemig para a Petrobras, em relação a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 5 (Planta de Amônia) de Uberaba. Segundo o prefeito, a Codemig fará uma proposta objetiva, ou seja, de Minas Gerais receber todos os ativos referentes à unidade da Petrobras. A questão foi debatida ontem (01), durante reunião em Belo Horizonte, onde participaram o Presidente da Codemig, Marco Castello Branco, o prefeito Paulo Piau, o deputado estadual, Tony Carlos e o presidente da Amvale, Rui Ramos e o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes. A proposta será levada à Petrobras na semana que vem.
A necessidade desta negociação se deve a decisão da empresa de vender o projeto uberabense de forma “fatiada”, ou seja, tudo separado, enquanto os projetos de Araucária (PR) e Três Lagoas (MS) estão sendo vendidos em bloco. O que é bem mais vantajoso e de interesse da iniciativa privada. Na avaliação de Piau a decisão de não incluir a unidade de Uberaba neste “bolo”, causa prejuízos aos cofres públicos e a Uberaba, visto que os empresários querem comprar uma atividade e não um projeto apenas.
“Além disso, se tiver os projetos completos, área, licenciamento ambiental, equipamentos, a aquisição pela iniciativa privada e a retomada do projeto é bem mais rápida. Se comprar tudo separado, somente de licença ambiental irá demorar mais dois anos. Não queremos dinheiro de impostos, por isso a palavra compensação é a mais sensata, entregue para Minas Gerais este ativo, pois com certeza o prejuízo será menor que no leilão. E é esta a proposta que vamos levar com a Codemig”, explica Piau.
Piau lembra que está sob a responsabilidade da Codemig, conforme determinado pelo governador Fernando Pimentel, as negociações em torno do gás e também do projeto da Planta. “Como parte integrante, pois a decisão sobre o gás que abastecerá a planta é o do governo, vamos juntos a reunião na Petrobras na próxima semana e a companhia fará uma proposta objetiva em relação a este ativo”, reafirma o prefeito, lembrando que a agenda na Petrobras foi articulada pelo presidente Michel Temer, com quem esteve recentemente discutindo a decisão da Petrobras de vendar “fatiado” o projeto de Uberaba,
A intenção da comitiva mineira e deixar tudo em “pratos limpos” e entender o que motivou a Petrobras a tomar esta decisão em relação à Planta de Amônia de Uberaba, visto que ocorreram inúmeras reuniões, justamente no sentido de solicitar a venda em bloco, mas não houve por parte da Petrobras nenhuma negativa ou mesmo, informações de que faria diferente. Enquanto isso, Minas buscava e tratava com investidores já interessados no projeto.
Questionamentos - Como retrospecto Piau lembra que o divisor de águas que dificultou o projeto foi à corrupção descoberta na Petrobras, resultante da operação Lava Jato. E justamente por isso, há agora o envolvimento da Procuradoria Federal, com sede em Uberaba, no tocante a tomada de informações, no sentido de verificar os prejuízos aos cofres públicos, em relação ao projeto de Uberaba. “Assim com nós, o procurador quer garantir que não haja mais prejuízos. Queremos entender o que motivou a decisão da Petrobras de vender desta forma, se há outra que minimiza os prejuízos. Por que não vender tudo a quem tem interesse que é a iniciativa privada? Queremos resposta”.
Outra questão que está em jogo, conforme lembra o prefeito, é a soberania nacional naquele é o maior negócio do Brasil, ou seja, o agronegócio. Ele lembra que produzir fertilizante no País tem inúmeras dificuldades, mesmo com a necessidade de importar 80% do produto. “A cada 100kg de fertilizantes necessários na agricultura, importamos 80kg. Ou seja, não temos soberania no maior negócio do País, justamente devido ao preço do gás, bem como a questão fiscal. Quem exporta para o Brasil não paga imposto, mas quem produz aqui, gera renda, empregos, tem que pagar. No mínimo é necessário o tratamento igualitário. São uns verdadeiros idiotas com a questão da produção de fertilizantes no Brasil, pois não percebem a importância de salvar algo tão importante para nossa economia como o agronegócio brasileiro. Nosso maior potencial é produzir comida e vender para outros países, inclusive a FAO e a ONU já falaram sobre isso. Estamos vulneráveis ao depender tanto de fertilizantes de outros países. Temos que pensar na nossa soberania”, afirmou Piau.
Vale destacar que a chegada do gás a Uberaba, depende da construção da Planta de Amônia que seria o grande consumidor desta matéria-prima. No entanto, não seria o único, visto que inúmeras empresas tem interesse em se instalar na cidade caso se concretize a chegada do gás. “Por isso, continuamos lutando. A Planta é importante, não só por gerar empregos e divisas, mas para trazer o gás e na esteira dele um grande desenvolvimento para Uberaba e para todo o Triângulo Mineiro, que há anos luta para ver o gás ser implantado aqui”, finalizou Paulo Piau.
Jorn. Keila Riceto
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