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A Jornada busca agregar as comunidades em torno da cultura, das manifestações populares e tradições e é símbolo da união pelo patrimônio cultural
A Fundação Cultural, através do Conselho de Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau), realiza nesta sexta-feira (20) a IV Jornada Mineira de Patrimônio Cultural, com o tema “Griôs, os mestres de nossa cultura”.
Os griôs são os mestres dos ternos de congo, moçambique, marinheiro, cavalhada e da folia de reis. Os griôs surgiram no noroeste africano e tornaram-se um símbolo da tradição oral. Responsáveis pela transmissão dos saberes e acontecimentos da vida social, os griôs tem relação íntima com a palavra – considerada sagrada – e são guardiões da memória e da história oral de um povo, sempre respeitando os seus ancestrais. Em sua origem, o griô assumiu variadas funções, sendo responsável por perpetuar a história por meio da contação de histórias, a genealogia das famílias, a música e a poesia popular, mestres dos ritos e práticas, chegando a liderar, inclusive, a mediação de conflitos.
Enfim, a jornada visa reunir as mais diversas formas de expressão do município e região através de sua arte. Durante todo o dia, no Teatro Experimental de Uberaba (TEU), será discutido e contado o surgimento dessas manifestações culturais e folclóricas na cidade e região. Às 8h será realizado o credenciamento dos participantes, com abertura as 8h30. Em seguida acontece a palestra, às 9h, “Os griôs africanos e os griôs na história de Uberaba; Roda Viva com participação de vários griôs locais”, a cargo do mestre da cultura popular e afro-brasileira, folclorista, artista plástico, educador, professor Antônio Carlos Marques, que tem vasta experiência na área cultural, atuando no setor há mais de 30 anos e é diretor de Cultura da Fundação Cultural e pesquisador de Cultura Popular e Folclore.
Às 14h acontece a palestra “Patrimônio imaterial – registro e salvaguarda”, com o gerente de patrimônio histórico da Iepha/MG, Luís Gustavo Molinari Mundim. O gerente possui experiência em patrimônio cultural especialmente na execução e coordenação de inventários de bens culturais, tanto materiais quanto imateriais, processos de registro de bens imateriais, laudos, planos de salvaguarda, mobilização social, na avaliação, elaboração e execução de projetos no âmbito do patrimônio cultural. Às 16h haverá apresentação da Banda de Música do Quarto Batalhão da Polícia Militar.
Segundo a diretora do Conphau, Maria Aparecida Manzan, a jornada relaciona uma série de atividades, além do seminário desta sexta, como as exposições Museu a Céu Aberto e Educação Patrimonial, que aconteceu na escola Frei Eugênio dos dias 2 a 17, e que está na escola Minas Gerais, das 8h às 10h e das 13h às 17h até o dia 30.
“Convidamos toda a população para esse evento e que irá ajudar a perpetuar essa cultura em Uberaba. Todos sabem que existem estas tradições, como o congo, o moçambique, a cavalhada, a folia de reis, mas poucos sabem como surgiram na cidade, como passaram de geração em geração até chegar aos dias de hoje”, diz Manzan.
“A jornada é para o enriquecimento cultural, educacional e patrimonial no sentido de se respeitar e valorizar os bens culturais materiais e imateriais de Uberaba. Através da jornada, vamos desenvolver ações que valorizem a presença dos grandes mestres de nossa cultura. O objetivo é que as atividades mobilizem todos os cidadãos para compreender o importante papel que esses agentes culturais desempenham na construção da história social e da nossa memória, além de levar a sociedade a ter um papel mais ativo na preservação desta memória”, ressalta a presidente da Fundação Cultural, Sumayra Oliveira.
Jorn. Maria das Graças Salvador
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