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Uberaba reúne cem grafiteiros para mostrar o melhor da arte urbana e e colorir a cidade com suas obras de arte
Acontece neste sábado e domingo a “Intervenção de arte urbana”, numa realização da Fundação Cultural de Uberaba, em parceria com o ponto de cultura Dialeto Cultural de Belo Horizonte, a Prefeitura de Belo Horizonte, Graffiti Uberabense, Roulets Cultura e os grafiteiros de Uberaba. Cem grafiteiros mostrarão sua arte, neste sábado e domingo, através da intervenção urbana, com a grafitagem em três pontos do município: na praça da Concha Acústica, no viaduto Santa Beatriz e no paredão da avenida Gabriel Junqueira.
“É uma seleção do que temos de melhor do grafite mineiro. A ideia é transformar os espaços públicos em uma verdadeira galeria a céu aberto. Mais que isso, é trazer uma arte que dialoga com a contemporaneidade e que representa o perfil de uma juventude que tem sonho para o seu município. É dar este espaço público para esta juventude expressar seus desejos, sonhos e lutas e também colocar a discussão da preservação do patrimônio público”, afirma a presidente da Fundação Cultural, Sumayra Oliveira.
Cem grafiteiros irão mostrar a arte no grafite, sendo 44 de Belo Horizonte e os demais de Uberaba. “Eles estarão colorindo o espaço da Concha Acústica, do viaduto da Santa Beatriz e o paredão da Gabriel Junqueira. Esperamos que a comunidade os receba bem, porque irão dar um colorido aos espaços e dar um presente permanente para a cidade”, observa Sumayra.
O grafite contemporâneo consiste em uma forma de arte de rua em que os desenhos feitos com spray exprimem ideias e modificam a paisagem urbana. Esse tipo de arte é muitas vezes vista como poluição visual e vandalismo contra o patrimônio público. Os grafiteiros deixam a sua marca em banheiros públicos, casas abandonadas, edifícios, metrôs, monumentos públicos, ônibus, muros, orelhões, postes, etc. Para evitar esse tipo de problema e aproveitar o potencial dos artistas foram desenvolvidos projetos visando profissionalizar essa atividade e dar oportunidade aos grafiteiros de manifestarem a sua arte sem comprometer o patrimônio público.
A presidente lembra, ainda, que em novembro já está programado um novo evento envolvendo esta juventude. “Iremos receber o coletivo Família de Rua, de Minas Gerais, em um projeto da Lei Rouanet, financiado pela Natura Musical, que é uma discussão do hip hop e da arte da juventude. Através do projeto, apresentam-se MCs, dançarinos, grafiteiros, hip hop.”
Os grafiteiros deixarão seu estilo e sua inspiração nos locais, usando diferentes técnicas de grafite. A ideia é mostrar a diversidade cultural, incentivar a preservação do patrimônio público e influenciar na redução dos índices de vandalismo e pichações em postes, praças e viadutos da cidade, e deixar as obras de arte permanente, atraindo a atenção de quem circula pelo local, além de aliar arte e preservação do patrimônio, cuidando da cidade.
Vale lembrar que na Concha Acústica, a intervenção acontece em paralelo com a apresentação do Domingo na Concha, com João Borges e Zé Emilio. Entre a apresentação de um artista e outro acontece também o show de Toy e DJ Nenê.
Origem – Vale lembrar que grafite significa em latim e italiano “escritas feitas com carvão” e designa a arte da inscrição caligrafada e do desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade. Acredita-se que tenha origem no Império Romano, mas muitos consideram que as pinturas rupestres, dos homens da caverna, também foram uma forma pré-histórica de grafite. Milhares de anos depois destas civilizações, no final da década de 60 e o início da década de 70, jovens do bairro do Bronx, Nova Iorque, nos Estados Unidos, restabeleceram esta forma de arte, mas desta vez não com carvão e sim com spray, criando um novo diálogo de grafite, colorido e muito mais rico, tanto visualmente quanto no conteúdo de mensagens que eram passadas. Há duas teorias que explicam a origem dos grafiteiros modernos e uma complementa a outra: há quem diga que o grafite surgiu do Hip Hop (cultura de rua originária dos guetos americanos que une o rap, o break, e o grafite). A outra afirma que o grafite surgiu em Nova York e de lá se espalhou pelo mundo. Por muito tempo visto como uma contravenção, hoje está inserido como forma de expressão no âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana, em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade.
No Brasil, estima-se que o grafite tenha surgido também na década de 70 e o dia do grafite é comemorado em 27 de março, data em que faleceu Alex Vallauri, tido como pioneiro da arte no país.
Jorn. Graça Salvador
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