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Fundação Cultural

17/04/2014 - Resposta à Carta Aberta à presidente da Fundação Cultural

A equipe técnica do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau) esclarece que, tendo em vista as discordâncias sobre os fatos históricos relativos ao Casarão inventariado de Tobias Rosa/ou Coronel Joaquim Machado Borges, que está revisando em pesquisa documental e oral sobre a história do referido casarão e dos acontecimentos relativos à época.

Para isto, a equipe do Conphau está buscando documentação junto ao cartório do Registro Civil, Arquivo Público de Uberaba e através de pesquisa junto a pessoas que de uma forma ou de outra sabem da história do casarão.

Os relatos apresentados na “Carta Aberta à presidente da Fundação Cultural” divulgada pelo Jornal da Manhã, na edição deste domingo, dia 13 de abril, estão, na sua maioria corretos. Entretanto devemos ressaltar fatos históricos, registrados no livro “História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central”, do historiador Hidelbrando Pontes, que o casarão foi construído pelo “coronel Tobias Antônio Rosa”.  “O sobrado, estilo romano – com platibanda, portas e janelas em arco, foi a terceira edificação no município feita inteiramente de tijolos. Anteriormente, as casas eram de pau-a-pique, ripa e barro, recobertas com uma argamassa de areia e estrume de vaca. O primeiro proprietário dessa casa foi Tobias Rosa.

No sobrado, Tobias Rosa fundou o maior jornal de Uberaba na época, a Gazeta de Uberaba, junto com João Caetano de Oliveira e Sousa, inaugurado no dia 27 de abril de 1879, conforme registro no Arquivo Público de Uberaba e através de depoimentos de diversos historiadores e documentos do próprio jornal.

Posteriormente, o casarão foi modificado, adquirindo o estilo moderno, pelo seu genro, coronel Joaquim Machado Borges, conforme relata o historiador Hidelbrando Pontes e também pelo jornalista e pesquisador André Azevedo, no artigo “Escombros da memória coletiva”.

O genro de Tobias Rosa, coronel Joaquim Machado Borges, e sua filha, Sylvia Rosa, moraram no casarão, atual sede da Fundação Cultural e da Casa da Cultura, com sua família. A filha do casal, Rachel Machado, viveu no casarão com seus pais e a Galeria de Artes inaugurada dia 7 de abril recebeu seu nome em homenagem, perpetuando a memória da família Furtado Machado Borges.

Em relação ao fato de o imóvel ter abrigado a Casa de Saúde São José, segundo o livro “História da Medicina em Uberaba”, de José Soares Bilharinho, no dia 19 de março de 1939 o Dr. José Humberto Rodrigues da Cunha inaugurou no casarão seu estabelecimento hospitalar. Fato está documentado no livro do historiador José Soares Bilharinho, nas páginas 1.646 a 1652, que relata, através de discursos da inauguração. Entretanto, segundo pesquisa oral, José Soares Bilharinho pode estar se referindo a outra casa da praça Rui Barbosa. Assim, a Casa de Saúde São José pode ter sido inaugurada na casa onde atualmente é a rua Olegário Maciel, 83, na casa construída para residência do coronel José Machado Borges. A equipe do Conphau está levantando em documentos históricos para detectar a veracidade das informações repassadas através de relatos de pessoas.

Cabe ressaltar a mudança na numeração dos imóveis localizados no entorno da praça Rui Barbosa, conhecida então como Alto da Matriz; no início do século XX o referido logradouro se estendia até onde hoje está localizada a praça Frei Eugênio. Em 1916 o mesmo passa ser denominado como praça Rui Barbosa e somente em 1944 é que seu entorno adquire a atual conformação. Portanto, devido a tais mudanças, não é possível afirmar com total clareza que um determinado imóvel sempre possuiu determinada numeração, a despeito desta pesquisa ter se baseado no cruzamento de diversas fontes. Apenas com o Rastreamento de Escritura é possível obter com certeza como se processaram tais modificações; contudo, este processo é lento e já foi solicitado ao Cartório de 1° Ofício. Além disso, embora seja uma rica fonte de pesquisa, os relatos orais não devem ser tomados em uma análise histórica de forma isolada, tendo em vista as interferências e possíveis leituras da memória de cada sujeito.

Em relação ao fato de a família de Tobias Rosa e seus descendentes não terem sido convidados, isso não procede, o que pode ser verificado através dos registros fotográficos do dia da inauguração da nova sede da Fundação Cultural, da Cada da Cultura e do Conphau. O filho de Rachel Machado descerrou a placa da Galeria de Rachel Machado, ao lado de familiares, como a própria senhora Myriam Apparecida Machado Furtado, que inclusive assinou o livro dos presentes. Fato pode ser confirmado na foto.

 

Equipe técnica do Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau)

 
 
 

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