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Fundação Cultural

06/12/2014 - Mada expõe Tecelagem Manual até o fim do mês

Está aberta à população no Museu de Arte Decorativa (Mada) a exposição “Tecelagem Manual”. A mostra é uma coletânea de peças diferenciadas feitas em teares manuais. As peças são de várias regiões de Minas Gerais e de São Paulo. São colchas, xales, toalhas de mesa, tapetes, passadeiras e tecidos para confecções, pertencentes a diversas coleções públicas e particulares. Participam da mostra peças realizadas em teares manuais de “baixo liço”, procedentes das cidades de Uberaba, Santa Juliana, Pedrinópolis, Veríssimo, Araujos, Nova Ponte, Pirajuba e Americana.

A tecelagem manual é uma das mais antigas artes da humanidade, sendo encontrados vestígios de objetos ligados à tecelagem (teares rudimentares, fusos, rocas, cardas e urdideiras), assim como de restos de tecidos em todas as culturas, remontando os registros arqueológicos mais antigos a 5000 ac.

No Brasil, os índios nativos já trabalhavam a trama e a urdidura. Após o descobrimento essa manifestação cultural sofre as influencias da colonização portuguesa que introduzem novas técnicas à arte de fiar e tecer em teares manuais.

Em 1785, a confecção têxtil no Brasil foi proibida por desviar a mão de obra das lavouras e das minas de diamantes e também por oferecer forte concorrência aos tecidos vindos da Inglaterra. D. Maria I, na época Rainha de Portugal, decretou a proibição da tecelagem manual e a queima de todos os teares. A tecelagem brasileira foi quase extinta, sobrevivendo apenas nas regiões mais afastadas do país, onde, pela dificuldade de acesso, a lei acabara não se cumprindo. A arte de tecer voltou a ter fôlego em 1809 quando D. João VI emitiu alvará revogando o decreto de proibição, com isso essa atividade renasceu e ganhou força principalmente em Minas Gerais e em especial na região do Triângulo Mineiro, que se transformou em um importante polo têxtil, exportando tapeçarias confeccionadas em tear de pedal, e muitas vezes, usando tingimento natural (tintas vegetais) dos fios.

"Urdidos e tramados em teares de baixo liço pelas mãos habilidosas do povo, a tecelagem manual no Triângulo Mineiro, de tão autêntica e criativa mereceu pesquisa do projeto pró-memória - registrada em livro. Os repassos meticulosamente inventados, simples ou complexos, mereceram nomes deliciosos que soam harmoniosamente na boca do povo como herança guardada de mães pra filhos em arcas e baús de couro e madeira. 

O feitio de desenhos e cores de tinta natural se debruçava cuidadosamente dobrados como patrimônio de cultura - uma herança que dorme esquecida, mas amada nos planos desenhados que no passado, em dias de festas decoravam os catres, cobriam os leitos e enfeitavam nossas camas", diz o coordenador do Museu de Artes Sacras, Hélio Siqueira.


A mostra Tecelagem Manual pode ser vista no Museu de Arte Decorativa (Mada), de 3ª a 6ª das 12h às 18h e aos sábados das 8h às 12h, com entrada gratuita, de 1º a 31 de dezembro.

 Maria das Graças Salvador (Comunicação PMU/FCU)

 
 
 

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