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Fundação Cultural

30/05/2015 - Novos Bambas homenageia Arlindo Cruz no “Aos Mestres com Carinho”

O projeto “Aos Mestres Com Carinho” vai homenagear neste sábado (30) o cantor e compositor Arlindo Cruz, considerado a figura mais importante do samba e pagode brasileiro. O show, com os Novos Bambas e convidados, é uma realização da Prefeitura de Uberaba por meio da Fundação Cultural e acontece no Teatro Experimental de Uberaba (TEU), a partir das 20h, com entrada franca.

Arlindo Cruz é um dos maiores artistas vivos do Brasil. Descendente de uma linhagem musical que está nas origens do samba na Casa da Tia Ciata com Donga, Pixinguinha e Joāo da Baiana, passando pelas rodas de samba promovidas por Candeia, chegando aos pagodes no Cacique de Ramos e o grupo Fundo de Quintal, Arlindo Cruz carrega com propriedade e orgulho o legado das religiões afro-brasileiras. Ele, mais do que ninguém, sabe da magia e da riqueza que há no som dos atabaques.

Arlindo é músico profissional, exímio nas cordas dedilhadas, sobretudo cavaquinho e banjo. Se não fosse compositor e cantor, poderia viver disso. Suas composições, sempre com interessantes soluções harmônicas e melodias trabalhadas, revelam que foram feitas por um músico (o que no samba, cheio de compositores mais intuitivos que técnicos, é um curioso diferencial).

Aos sete anos, o menino ganhou o primeiro cavaquinho. Empolgado com o instrumento, esperava ansioso o pai chegar do trabalho para aprender a tocar e passou a estudar teoria, solfejo e violão clássico, aos 12 anos.

Nessa época começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas, inclusive Candeia, que ele considera seu padrinho musical. Com Candeia, gravou seus primeiros discos, um compacto simples, pela gravadora Odeon, e um LP chamado Roda de Samba (hoje encontrado em CD). Em ambos tocou cavaquinho.

Ao completar 15 anos entrou para a escola preparatória de Cadetes do Ar e quando deixou a Aeronáutica, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos, que já revelava novos talentos. Ia todas as quartas-feiras, curtir e aprender ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Beto sem Braço, Ubirani e Almir Guineto. Outros jovens seguiam o mesmo caminho, entre eles, Zeca Pagodinho e Sombrinha – que viria ser seu parceiro.

Os mestres não demoraram a reconhecer em Arlindo Cruz o grande compositor que já se percebia. Logo no primeiro ano de Cacique, teve 12 músicas gravadas por vários intérpretes. A primeira delas foi “Lição de Malandragem”. Depois vieram outros sucessos, como “Grande Erro” (Beth Carvalho), “Novo Amor” (Alcione) e tantos outros.

Com a saída de Jorge Aragão do Fundo de Quintal, Arlindo Cruz foi convidado a participar do Grupo. Foram, então, 12 anos de dedicação e sucesso. Neste período, gravou com quase todos artistas do Pagode e deu as músicas mais lindas ao FDQ: “Seja sambista também”, “Só Pra Contrariar”, “Castelo Cera, “O Mapa da Mina”, “Primeira Dama”.

Zeca Pagodinho gravou Bagaço de Laranja, Casal Sem Vergonha, Dor de Amor, Quando eu te vi Chorando. Beth Carvalho transformou em sucessos: “Jiló com Pimenta”, “Partido Alto Mora no meu Coração”, “A Sete Chaves”. Reinaldo gravou “Pra ser Minha Musa” e “Onde Está”.

Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por diversos artistas e é considerado o responsável pela proliferação do banjo no samba. Também compôs vários samba enredo para a escola de samba do coração: o Império Serrano e também para a Grande Rio.

E é este sambista que será homenageado neste sábado no “Aos Mestres com Carinho”, no TEU, a partir das 20h.

Maria das Graças Salvador

Comunicação PMU/FCU

 
 
 

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