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Fundação Cultural

07/11/2015 - Exposição homenageia Carolina Maria de Jesus no mês da Consciência Negra

A Prefeitura de Uberaba, através da Fundação Cultural, abre neste terça-feira (10), a exposição Mulher, coragem e força: Carolina Maria de Jesus. A exposição faz parte das comemorações culturais do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro.

A exposição acontece em parceria com a Prefeitura de Sacramento, que cedeu parte do acervo para a mostra e estará aberta a visitação de 10 a 27 de novembro, das 8h às 18h.

“Escritora, lavradora, catadora de papel, compositora, sambista, poetisa, dramaturga, cantora, atriz circense, raizeira [quem usa raízes em tratamento médico]”, assim a descreve a historiadora Elena Pajaro Peres em sua tese de doutorado Exuberância e invisibilidade. Populações moventes e cultura em São Paulo, 1942 ao início dos anos 70, defendida em 2007 no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). 

Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914 em Sacramento e mudou-se para a capital paulista em 1947, momento em que surgiam as primeiras favelas na cidade. Apesar do pouco estudo, tendo cursado apenas dois anos do primário, ela reunia em casa mais de 20 cadernos com testemunhos sobre o cotidiano da favela, um dos quais deu origem ao livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Após o lançamento, seguiram-se três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, tradução para 14 idiomas, como o romeno, russo, japonês, inglês, sueco e alemão, e vendas em mais de 40 países. Seu mais conhecido e mais vendido livro “Quarto de Despejo” chegou a vender cerca de 1 milhão de exemplares fora do Brasil, chegando a superar Jorge Amado em venda de livros. Carolina de Jesus é o exemplo de uma mulher negra que não se deixou abalar pelo sistema e conquistou seu maior desejo: publicar seu diário. Muitas pessoas leram sua história apenas para saber como era sua vida na favela, mas não perceberam a importância de sua figura. Ela era uma mulher forte e justa, não aceitava nada de errado e muitas vezes fazia o papel de defensora da comunidade. É isso que a exposição “Mulher, coragem e força: Carolina de Jesus” irá mostrar: uma mulher forte que lutou diariamente contra o machismo, o racismo, a fome, a tristeza, mas que superou tudo isso e educou seus três filhos, sem contudo esquecer de si mesma, alimentando-se de seus livros, como ela mesma disse: seus melhores amigos.

Várias atividades estão sendo programadas em comemoração do Dia da Consciência Negra, pela Prefeitura de Uberaba, Fundação Cultural e diversos coletivos negros.

 
 
 

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