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Fundação Cultural

05/05/2016 - Passagem da Tocha Olímpica por Uberaba terá manifestações culturais

A tocha olímpica passará por Uberaba neste domingo, 8, e será recebida com festa e muita cultura. Para comemorar a passagem da tocha, a Fundação Cultural está organizando a presença das principais manifestações culturais do município.

Segundo informações da presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Sumayra Oliveira, representantes ligados às manifestações estarão espalhados por seis pontos ao longo do percurso, que está concentrado na avenida Leopoldino de Oliveira.

Folia de Reis – o primeiro ponto, a cultura estará representada por uma das mais significativas manifestações da cultura popular, herança cultural transportada para o Brasil através dos colonizadores, as Folias de Reis, que ficará entre as ruas Alfén Paixão e Bento Ferreira. Em Uberaba, considerada a capital das folias de Reis, a tradição acompanha a história da cidade, com Companhias que existem há 140 anos, e um registro de 160 Companhias de Reis. A Fundação Cultural realiza anualmente o Festival/Encontro de Folias que surgiu no ano de 1958 por iniciativa da dupla Toninho e Marieta, e se estabeleceu no calendário da cidade, e permanece sendo realizado anualmente.  

Arte urbana – O segmento de artes urbanas, com o hip hop/Batalha do Calçadão e o Duelo do Passinho, estará no segundo ponto, em frente ao Calçadão, entre as ruas Arthur Machado e Segismundo Mendes.

A Batalha do Calcadão é realizado em parceria entre a Fundação Cultural, o rapper Toi e o DJ Nenê a cada 15 dias, difundindo a cultura Hip Hop, conscientizando e levando entretenimento aos jovens. Para isso acontecem intervenções de DJs, discotecando, rodas de break, shows de rap, batalha de MCs e sempre abrindo espaço curto para discussões de temas relacionados com a juventude. O projeto está atraindo tantos jovens que Uberaba foi escolhida para realizar a pré-eliminatória regional do Duelo de MCs Nacional e foi colocada np mapa nacional do hip hop.

Já o Duelo do Passinho é realizado em parceria com a Fundação desde fevereiro de 2015. O passinho é um gênero de dança nascido no Rio de Janeiro, que expandiu por vários estados brasileiros, sendo uma constante mistura e adaptação de outros ritmos, com bases mais evidentes no funk.

Orquestra – As orquestras do município estarão posicionadas no ponto três, na Igreja Santa Rita/ Museu de Arte Sacra, na praça Manoel Terra, onde a Orquestra Jovem e a Orquestra de Viola, ambas ligadas à Fundação Cultural, estarão mostrando os talentos do municípios. A Orquestra Jovem, faz parte da Escola de Cultura e Arte, um equipamento da Fundação Cultural, que tem como objetivo realizar cursos livres, técnicos e profissionalizantes nas áreas de artes plásticas, artes cênicas, artes circenses, música e dança, valorizando nossas linguagens e manifestações artísticas culturais.  A Ecau oferta aulas de música desde março de 2015, na sede administrativa da Fundação e no CEU das Artes, dando acesso à formação cidadã, à formação profissional de qualidade, além de acesso à cultura e lazer, diminuindo assim o tempo ocioso das crianças e jovens.

Já a Orquestra de Viola existe há 38 anos e a partir do segundo semestre de 2015 passou a ser mais uma das ações da Ecau. Um dos principais focos da Ecau é a valorização da nossa cultura regional. A viola caipira, assim como a sanfona, a catira e a cultura sertaneja de modo geral, é a que mais consegue traduzir a identidade de nosso povo. Da Escola Gaspar Correia, com seus mais de 120 alunos, temos a Orquestra Viola de Ouro que em quase nove anos de existência já realizou 226 apresentações em diversas ocasiões.

Catira – O Catira, dança do folclore brasileiro cujo ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos, estará no ponto 4, na esquina da rua João Alfredo com Leopoldino de Oliveira. O Catira está em Uberaba desde o século XIX e na década de 70, o empresário Gilberto Resende passou a realizar, na Casa do Folclore, apresentações do Catira. Durante este período mais de 20 mil pessoas tiveram acesso a essa tradição. Seu estímulo era realizar ações que mantivessem vivo o folclore em nossa cidade. Durante os anos de 2002 a 2005 a Fundação Cultural também contou com a presença do professor de Catira, Manoel Teles. Dos seus ensinamentos surgiram dois grupos de Catira formado por seus alunos, que atualmente perpetuam as lições que aprenderam com este grande mestre e as transformam em belos espetáculos de Catira. 

Atualmente existem em Uberaba alguns grupos atuantes, sendo: Catira dos Borges; Grupo de Catira do Paulinho Leiteiro;  Grupo de Catira Raízes – Tradição Manoel Teles; Grupo de Catira Tradições de Minas; Grupo de Catira Revelação; Grupo de Catira Geração por Geração.

A Fundação Cultural lançou um documentário “Catira - Uma Tradição de 450 Anos”, com patrocínio da Vale Fertilizantes, parceria do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, e apoio da Universidade de Uberaba. O documentário fez um mapeamento dos grupos de catira em atividade no país, realizando uma amostragem em 30 cidades de seis estados: Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

Congada – Já os Ternos de Congo estarão no ponto cinco, na esquina da avenida Hélio Luís da Costa, mostrando a riqueza do congado e Moçambique. A congada, manifestação religiosa/folclórica de origem africana, não poderia deixar de ser mostrada ao Brasil e o mundo. A congada é constituída por cortejos com danças coletivas onde os participantes, cantando e dançando, representam, basicamente, três temas em seu enredo: a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões Mouras Esta prática tem grande relevância para os afrodescendentes, pois constitui uma forma de recuperação de seu patrimônio cultural.

Atualmente, em Uberaba, aproximadamente 22 ternos compõem este ritual. Entre eles, cinco são de Moçambiques: Nicolau Mateus, Zumbi dos Palmares, Cruzeiro do Sul, Nossa Senhora do Rosário, Camisa Verde. Oito são ternos de Congada: Minas Brasil, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, da Paz, José do Patrocínio, Penacho, Batalhão do Norte I e II, Carijós, Santa Isabel. Existem ainda dois ternos de “vilões”. O cortejo que em Uberaba acontece no dia 13 de maio, executa coreografias, jogos de agilidade e de simulação guerreira, como a dança de espadas.

Catira – Para fechar as apresentações das manifestações culturais, no sexto ponto o destaque será a capoeira, que será representada pelos alunos de capoeira de dois equipamentos da Fundação Cultural, Circo do Povo e do CEU das Artes. A capoeira está presente no cenário histórico, social e cultural brasileiro junto com a construção do Brasil. Surgiu em ânsia de liberdade, como uma luta de resistência e se tornou uma arte multidisciplinar, presente no esporte, na educação e particularmente na cultura, em que promove o resgate da história plural brasileira, por meio de sua musicalidade, peças tradicionais e o jogo propriamente dito. Em 2008 a Capoeira foi reconhecida pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural Brasileiro e desde então foi implantado o Plano de Salvaguarda da Capoeira, com a realização de diversas ações com intuito de incentivo e fomento à arte.

Em Uberaba existem aproximadamente de 19 grupos de capoeira, atuantes em sua maioria em centros comunitários, associações de bairro, projetos sociais e praças. Uma pequena parcela atua em academias privadas.

Vale lembrar que Uberaba será a 19ª cidade a receber a Tocha Olímpica.

Mais de 325 cidades vão receber o fogo. De Uberaba a Tocha segue, ainda no dia 8, para Araxá, Serra do Salitre, Patrocínio, Patos de Minas. O destino final será a cidade do Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas, onde chega no dia 4 de agosto.

Jornalista Maria das Graças Salvador

Comunicação PMU/FCU

 
 
 

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