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Uberaba foi sede do lançamento mundial do CartuchoVit que é o primeiro bioinseticida a base de vírus a ser lançado no mercado para controlar a lagarta-do-cartucho. O evento ocorreu nesta sexta-feira (12), na Fiemg e contou com a participação do poder público, universidades públicas e privadas, centros de ensino e pesquisa, sindicato dos produtores rurais, Sebrae, Senai, Fiemg e Emater.
O produto é uma tecnologia desenvolvida pelo pesquisador Fernando Valicente da Embrapa em conjunto com a empresa Vitae Rural Biotecnologia que desenvolveu a tecnologia industrial. O empresário Paulo César Manara Bittar, da Vitae Rural pontua que o produto foi desenvolvido do Baculovirus spodoptera produzido da própria lagarta-do-cartucho que é a maior praga do milho e está presente em diversas culturas como sorgo, feijão, hortaliças e frutas, algodão e soja.
“Desenvolvemos um produto que é amigo do meio ambiente e leva sustentabilidade para a agricultura. O uso é parecido com qualquer inseticida, com a diluição do produto em água e pulverização. A lagarta vai comer o produto depositado sobre as plantas e depois de dois dias de infecção a lagarta já deixa de comer as plantas da cultura. Conforme as pesquisas o produto possui uma eficácia de 95% nas lagartas pequenas e pelo menos 75% de mortalidade nas lagartas de até um centímetro”, explica.
Segundo Fernando Valecente, pesquisador da Embrapa, que trabalhou no desenvolvimento do bioinseticida ao longo de 30 anos, a lagarta-do-cartucho produz o próprio vírus. “Temos a criação da lagarta em laboratório para produzir esse vírus, que não causa nenhum dano para humano e para vertebrado e nem para os demais organismos. Não contamina rios, riachos e nascentes e nem o produto que será consumido. Diferente do inseticida químico que é uma molécula orgânica que se for manuseado de maneira incorreta, poderia inclusive acontecer de a pessoa ser levada para um hospital, já com o produto biológico não existe esse risco”, pontua Valicente.
Para o Prefeito Paulo Piau, Uberaba é uma cidade inovadora que busca melhorar a tecnologia e o conhecimento a serviço da produtividade, sobretudo na área de alimento. Uma ferramenta importante para esse trabalho é o Parque Tecnológico de Uberaba que funciona como um grande guarda chuva, promovendo a interação entre todas as entidades.
“Esse é um evento inédito, um bioinseticida lançado no mercado com a tecnologia da Embrapa e com apoio de várias instituições e principalmente do empresário que acreditou na proposta, para tornar o produto real, já para aplicação no campo. Esse é um grande avanço que comprova ainda mais a característica de Uberaba de fornecer tecnologias a serviço do Brasil e do mundo”, destaca Piau.
O vice-prefeito, João Gilberto Ripposati, reforçou que é um orgulho para Uberaba ter um produto projetado para o mundo todo. “Essa é uma oportunidade de poder provar que a ciência e pesquisa promovem desenvolvimento. É uma inovação poder ter a opção desse produto que preserva o meio ambiente, utilizando um produto biológico, colocando Uberaba como uma referencia internacional”, pontua.
“Estamos assistindo uma empresa Uberabense que encontrou na cidade, junto ao Parque Tecnológico, um ambiente propício para desenvolver o seu negócio. O poder público tem que apoiar para que empresas desenvolvam os seus produtos e lancem no mercado. O parque recebe do governo Piau toda injeção de investimentos, com uma equipe capacitada, que trabalha para fornecer todas as condições para o desenvolvimento de parcerias entre empresas, governo e entidades de pesquisa e ensino”, reintera o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes.
A gestora do Parque de Uberaba, Raquel Resende, destaca que o retrato concreto do parque é ter empresas, governo e entidades de pesquisa e ensino formando a Tríplice Hélice e trabalhando em parceria, seja para viabilizar recursos financeiros, seja capital intelectual ou campo experimental de trabalho. “O resultado desse trabalho em conjunto, é o CartuchoVit, com a empresa conseguindo desenvolver um produto, que é útil para a sociedade e que contou com o desenvolvimento de diversos atores”, ressalta Resende.
Para Luis Carlos Saad, secretário de Desenvolvimento do Agronegócio, a agricultura agradece poder contar agora com um produto que não ofende o meio ambiente e que será capaz de fazer a perseguição dessa praga através de um defensivo biológico.
O presidente do Sindicato Rural, Romeu Borges, destaca que esse será mais um produto que vem para ajudar os produtores a enfrentar uma praga importante das lavouras. “Esse produto vem para unir esforços nesse combate e tem a vantagem de ser orgânico, podendo ser utilizado nas culturas orgânicas o que é muito bom. Ele com certeza representa uma mudança importante de comportamento”, pontua Borges.
Para o gerente da Emater Minas, Gustavo Laterza de Deus, o produto é uma inovação importante, fruto de uma parceria que está trazendo oportunidades de conhecimento e solução para o setor agropecuário mineiro e brasileiro.
A Vitae Rural está preparada para colocar o produto no mercado para a safra de outubro. Serão buscados parceiros comerciais já estabelecidos no mercado de controle biológico no Brasil para disseminar o produto no mercado brasileiro. “A expectativa é muito positiva e favorável, pois o desenvolvimento de bioinseticidas é um movimento que está em grande crescimento no Brasil e no mundo”, finaliza.
Jorn. Natália Melo
Comunicação PMU
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