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Trabalho da coordenadoria gera inclusão, impulsiona a autoestima e promove a luta por igualdade e respeito
A Fundação Cultural de Uberaba por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas LGBT trabalha para democratizar a emissão do registro de documento para pessoas transgêneros. Localizada na Praça Rui Barbosa, 356 – Centro, a coordenadoria faz atendimento de segunda a sexta-feira, das 12h até as 17h45. O trabalho já conta com 20 atendimentos concluídos e/ou em processo. Na última semana foram dois registros emitidos com sucesso e agilidade.
Marcela Silva, mulher transgênero, contou com o auxílio dos representantes da Coordenadoria LGBT, Valdir Santana (coordenador) e Wender Thiago (voluntário) para a emissão do registro de nascimento. Marcela explica que o documento representa a existência dela no mundo. “Antes você se sente um corpo humano vagando pela sociedade, agora a minha alma está em consenso com o meu corpo. É uma prova que eu existo, com reconhecimento de que sou assim, de que pessoas como eu tem voz, e são pessoas como todas as outras. O que muda na minha vida, o mais importante é para minha pessoa, o fato de ter meus documentos como sempre imaginei, essa é a minha verdade. Algumas questões podem mudar, questões burocráticas serão mais fáceis, agora quanto ao preconceito, ele existe e devemos lutar, falar que existimos e resistimos”.
Marcela ainda esclarece que a Coordenadoria é um núcleo muito importante. “Nos ajuda a existir. Eu recorri porque não teria ideia do processo. Com a coordenadoria foi muito mais fácil a conclusão do meu registro de nascimento, pois não conhecemos a burocracia. Contamos com pessoas que estudam com afinco e esmero a questão LGBT e que nos ajudam a enxergar os nossos direitos”.
A assessoria da Coordenadoria LGBT também ajudou na emissão do Registro de Nascimento de Maria Alice de Lucca. “Para mim significa um grande avanço, porque antes era muito mais difícil. Me sinto muito realizada e feliz, vejo que as coisas agora estão mudando para melhor, estou muito contente. Através da Fundação Cultural de Uberaba eu conheci a Coordenadoria de Políticas Públicas LGBT e eles me ajudaram bastante nisso”. Ela ainda explica que pensava que o processo seria mais complicado do que realmente foi.
Maria Alice também contou com o apoio da avó, Ana Lúcia Januário, que esteve presente durante todo o processo. Foi Ana Lúcia que, através de uma amiga, ficou sabendo do trabalho da Coordenadoria e trouxe a neta para trocar o documento. Emocionada, a avó explica que ver a nova certidão em mãos é uma conquista imensa. “O sentimento é de felicidade, porque ela estando feliz eu estou feliz, e é um sonho dela, então é o meu sonho também, só quero a felicidade da Maria Alice.” Ana Lúcia também explica que a neta atualmente não mora em Uberaba, mas que o trabalho da Coordenadoria foi um dos motivos que a trouxeram a cidade.
Raiane Duarte – estagiária de Jornalismo
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