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O Mini Abatedouro de Aves, na comunidade rural de São Basílio, após ter uma queda significativa durante a pandemia está retomando a produção, aos poucos, desde agosto passado. A média de vendas antes da pandemia era de 1 mil kg por mês, sendo reduzida pela metade durante esse período. A quarentena atingiu em cheio o negócio, já que em fevereiro fecharam com supermercados para vendas no varejo e com a rede municipal, para fornecimento de frangos a serem usados na merenda escolar. “Infelizmente não deu tempo de nenhuma dessas aves chegarem à mesa dos alunos”, lamenta a produtora rural e criadora Nilma Helena Pereira Jonas.
No entanto, os clientes antigos começaram a retomar suas compras a partir do final de agosto. “Estávamos muito preocupados, já que no auge da crise, chegamos a fica 15 dias sem vender nenhuma ave”, informou a veterinária e gestora do local, Thalia de Camargo Alves Salge. A clientela é composta por supermercados, feirantes e vendas avulsas. Diante da crise, os criadores buscaram novos compradores, como supermercados de bairro.
Na última terça-feira (29) foram abatidos 130 frangos. E, nesse calor, alerta a veterinária, os cuidados devem ser redobrados no transporte dos frangos, porque podem acontecer muitas perdas pelo fato de se acumular muitas aves num mesmo espaço.
Antes desse período, os abates aconteciam três vezes por semana, com o total de 450 aves. Com a quarentena os abates caíram para uma vez por semana, na base de 150 animais somente. Thalia lembrou que durante cerca de 20 dias, a situação ficou crítica: ou faltava frango para vender, ou não tinha gente para comprar. Outro fator que atrapalhou a comercialização foi a suspensão das feiras livres. Sem poderem trabalhar, os feirantes também pararam de comprar.
O diretor de Produção Agropecuária da Secretaria de Agronegócio – Sagri, José Geraldo Celani explicou que a suspensão do abate foi o que mais preocupou os criadores, já que se trata de uma atividade voltada para a agricultura familiar. Os frangos têm um tempo certo para serem abatidos e, com a queda na procura, muitos “passaram de hora” no campo, ganhando peso, porque no o campo ficam comendo ração. Desse modo, a solução encontrada pela comunidade foi fazer estoque. A luta agora é para aumentar a capacidade do frigorífico para armazenamento do produto.
De acordo com Celani, o projeto do Mini Abatedouro foi desenvolvido em 2013 pela Prefeitura de Uberaba, por meio da Sagri, junto com a Associação dos Produtores de São Basílio. A obra foi viabilizada por meio de emenda parlamentar no valor de R$ 400 mil, de autoria do deputado federal Adelmo Carneiro Leão. A unidade começou a funcionar em 2019, chegando a ter 15 criadores. Atualmente, são sete os membros.
Há cerca de quatro meses a Associação dos Criadores passou a administrar a unidade, porém a Sagri continua na retaguarda do projeto, tanto na parte de gestão quanto na busca da qualificação destes produtores por meio de parcerias com a IFTM, Senar e Sebrae”, informa. Tanto que, no próximo dia 06 de outubro, haverá um curso de gestão para os produtores.
Os produtos são inspecionados pelo Departamento de Inspeção Municipal e contém o selo de Serviços de Inspeção Municipal (Sim).
Superado esse período, o Mini Abatedouro continua no processo de certificação junto ao Estado. “Se depender da vontade do nosso pessoal a tendência é crescer e buscarmos cumprir os 113 itens para a certificação de Frango Caipira”, disse.
A ave criada em São Basílio é da raça “labelrouge”, criado solto no pasto e dispõe de uma alimentação natural, que utiliza inclusive resíduos de hortaliças e da fruticultura, além da abundância de água tratada.
Jorn. Maria Cândida Sampaio
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