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Dr. Fahim diz é preciso cautela e que o resultado significa apenas que “achamos o caminho certo”.
A Secretaria de Saúde de Uberaba divulgou nesta sexta-feira (18) o resultado final do LIRAa (Levantamento de Infestação Rápida do Aedes Aegypt). O número de 0,70 significa que em cada mil casas, apenas sete estão infectadas com o mosquito da dengue. Esse é o índice mais baixo de todos os períodos nos últimos cinco anos, mesmo saindo de uma epidemia que tomou conta da cidade. Para o secretário de saúde Fahim, o número é satisfatório, mas não é momento de descanso. “Esse número significa apenas que achamos o caminho certo. Agora começam as chuvas e com isso o mosquito vai se proliferar mais rapidamente. É preciso que a população fique atenta. Cada um é o agente de combate da sua própria casa. Não queremos e não podemos ter mais uma epidemia em Uberaba. Vamos continuar trabalhando firme para não deixar que mais mortes aconteçam.” disse.
A tabela abaixo mostra os números dos LIRAas dos anos anteriores. O índice menor que 1,0 é considerado satisfatório e que a ploriferação do mosquito está controlada, entre 1,0 e 3,0 pontos significa que o caso é de risco ou emergência, e maior que 3,0 pontos quer dizer que a cidade passa ou está bem próxima de passar por uma epidemia:
Número de casos
O número de notificações rápidas com pessoas suspeitas de estarem infectadas com o vírus, se comparados mês a mês com os anos anteriores, também diminuiu cerca de 60% depois da epidemia. No período de junho a outubro de 2012 foram registrados 983 casos suspeitos de dengue, enquanto que no mesmo período deste ano os dados mostraram um número de 383 suspeitas.
Para diminuir ainda mais esses números, a Secretaria de Saúde vai realizar várias ações assistenciais. Uma delas é construir mais sete Centros de Dengue (CEDs). Eles irão atender pacientes que estejam com sintomas da doença e farão as hidratações e cuidados necessários a todos. Além das duas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) atendendo 24 horas, as cinco UMSs (Unidades Matriciais de Saúde) receberão as estruturas funcionando das 08h00 às 22h00. Outra é contratar médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para recomposição do quadro de profissionais das unidades através do decreto assinado pelo prefeito Paulo Piau para a contratação dos mesmos.
A preocupação do secretário Fahim também está em torno do grande número de pessoas das cidades vizinhas que vem se tratar em Uberaba. “As vezes é difícil ter esse controle. Muitas pessoas chegam e falam que são daqui com medo de não serem atendidas. Nós vamos atender a todos porque a vida vem em primeiro lugar e depois que Uberaba é uma cidade polo. Os gestores das outras cidades e o Estado tem que entender isso e nos ajudar no custeio dos tratamentos” disse.
Óbitos
Neste ano, vinte pessoas morreram por causa do vírus. Segundo o secretário, Uberaba nunca passou por algo parecido antes. “Mesmo criando dois CEDs (Centros Especializados em Dengue) e intensificando todos os trabalhos de fumacê e visitas domiciliares a situação ficou incontrolável no início do ano, resultando em hospitais e UPA’s lotados”, lembrou.
Para ele esta situação ocorreu porque não houve prevenção adequada no ano anterior. “Se tudo tivesse sido feito, nada disso teria acontecido e o município não teria gastado tanto dinheiro tentando recuperar algo que não foi feito anteriormente” disse o secretário Fahim.
De acordo com os dados, os óbitos não começaram em janeiro. O primeiro óbito do período aconteceu em novembro de 2012, sendo que a situação piorou no início deste ano com várias pessoas infectadas com o vírus. Veja a tabela com o número de óbitos dos três últimos anos:
Contratação de profissionais
A Secretaria de Saúde de Uberaba abriu 60 vagas para agentes de combate a endemias. As inscrições foram feitas no último sábado. A intenção é preencher o quadro de profissionais que está defasado. Os profissionais serão contratados através do decreto emergencial sugerido pelo secretário Fahim e assinado pelo prefeito Paulo Piau.
Esses agentes irão compor com outros 120 que já estão trabalhando e ainda poderão ser locados de acordo com a necessidade do Departamento de Zoonoses. O trabalho de um agente é identificar focos de vetores em locais públicos e privados, como por exemplo, subir em caixas d’água para verificar se está bem tampada, destruir e evitar a formação de criadouros recolhendo sacos de lixo, latas, garrafas ou qualquer material que possa acumular água. É preciso também que o agente oriente a população quanto aos meios para evitar a proliferação do mosquito.
Ações de Mobilização Social
Várias ações de mobilização social já estão sendo feitas como a distribuição de materiais educativos e de repelentes nas igrejas, centros espíritas, centros comunitários em horário de grande fluxo de pessoas. Está sendo programado também a elaboração e distribuição de panfletos informativos com o índice de infestação nas áreas de reincidência e de maior captura do mosquito.
Isso, além das ações de rotina como visitas a todas as casas, terrenos baldios, construções em andamento e abandonadas, locais de acúmulo de lixo, e várias outros focos.
Implantação de tecnologias de última geração
Para combater o mosquito e não deixar que a cidade passe por uma nova epidemia, a Secretaria de Saúde de Uberaba contratou uma empresa para fazer o monitoramento em tempo real da ploriferação do aedes aegypt. Sendo assim, o secretário Dr. Fahim e o diretor do departamento de zoonoses Antônio Carlos, acompanham diariamente o programa e fazem o combate focal.
A ação é possível por causa da instalação de armadilhas a cada 200 metros da cidade que atraem e capturam a fêmea do mosquito mostrando onde existem mais capturas e reincidências, ou seja, onde são capturados mais de uma vez. Além disso, o programa mostra quantos agentes estão trabalhando no momento e se estão mesmo visitando as casas. Eles possuem um smartphone que lê um código de barras chamado QR Code que ficam dentro das residências. Assim, os agentes precisam entrar nas residências e cadastrar o código no celular, registrando se entrou ou não no local.
O programa ajuda também a ver qual a porcentagem de casas que estavam fechadas ou impossibilitadas de receber a visita dos agentes e a média semanal é de quase 30%. “Estamos planejando um mutirão para visitar todas essas casas que ainda não conseguimos. Esse número está alto e não podemos deixar de trabalhar em nenhum imóvel de Uberaba” disse Fahim.
Jorn. Paulo Ricardo Bomfim
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