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Educação inclusiva nas escolas municipais é referência na região
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada em todo o país no último fim de semana agradou a equipe da Secretaria de Educação de Uberaba, referência na educação inclusiva na região. O assunto “Desafios para formação educacional de surdos no Brasil” segue a tendência das últimas edições da prova, que abordou nos últimos anos questões sociais, como Caminhos para Combater a Intolerância Religiosa no Brasil, Violência contra a mulher, publicidade infantil, Lei Seca e Movimento imigratório.
Denise Scussel, chefe do departamento de Inclusão da secretaria achou o tema pertinente, que pode até ser alvo de justificativas e condenação por parte de algumas pessoas, por ser específico, porém é preciso ser levado à tona. “A partir do momento em que se fala em educação, ela tem que ser para todos. Fala-se muito dos preconceitos, da homofobia, da opção religiosa, das etnias, mas as deficiências são sempre esquecidas”, considera.
Para ela, a educação de surdos ainda tem muitas lacunas e os alunos surdos vivem a exclusão de todas as formas. “A primeira língua deles é a de sinais, visual e gestual, em uma sociedade ouvinte, em que a escola trabalha o tempo todo o português, que é outro tipo de língua. Isso dificulta o estar dele no mundo”, ressalta.
Uberaba é referência para muitas cidades da região e se tornou polo de educação inclusiva, com a implementação do Centro de Referência (Crei). Nas unidades escolares, existem as salas de Atendimento Educacional Especializado, e alguns alunos do 6º ao 8º ano já sabem a Libras e praticam com as crianças mais novas. Uma das preocupações, como enfatiza Denise, é a alfabetização nas duas línguas.
“O tema é pertinente porque precisamos discutir isso e, em nível macro, com abordagem para os jovens, é possível mais a frente propor políticas efetivas, que só valem mesmo quando a população começa a colocá-las em prática”, completa Denise.
Segundo o Censo de 2010 realizado pelo IBGE, 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Desses, 2.147.366 milhões apresenta deficiência auditiva severa, situação em que há uma perda entre 70 e 90 decibéis (dB). Cerca de um milhão são jovens até 19 anos.
Em 2002, por meio da sanção da Lei n° 10.436, que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no País. São consideradas pessoas com deficiência auditiva aquelas com perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais. A legislação determinou também que deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão de Libras como meio de comunicação objetiva.
Monica Cussi
Secom PMU
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