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A Secretaria de Saúde, por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), realizou nesta segunda-feira (10) o segundo evento de capacitação dos profissionais, usuários e familiares envolvidos nos atendimentos das unidades de atenção básica, CAPS e Serviços Residenciais Terapêuticos. A iniciativa faz parte de um planejamento de palestras e oficinas com profissionais de referência com o objetivo de reorganizar a rede, fortalecendo o atendimento psicossocial do município e o protagonismo de usuários e familiares da RAPS. Serão mais de 100 beneficiados diretos.
Esta é a segunda capacitação realizada dentro do contexto do projeto de fortalecimento da rede, e novos encontros com duração de 4 a 8 horas ocorrerão até novembro. A palestra, no Sindicato dos Servidores Municipais de Uberaba, teve como palestrante a professora Andrea Ruzzi Pereira, doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto, que abordou o tema "Grupoterapia na saúde coletiva".
De acordo com o diretor da Atenção Psicossocial de Uberaba, Sérgio Henrique Marçal, a temática escolhida nesta capacitação vai ao encontro do Setembro Amarelo, mês que trabalha ações de prevenção ao suicídio. Dentro das propostas de terapia em grupo, o objetivo da capacitação é facilitar a formação de grupos para diversas vertentes de tratamento, além do acolhimento humanizado dos pacientes. Participam da capacitação usuários e familiares de todos os serviços de saúde mental do Município. A seleção do público foi mediante avaliação técnica das equipes de referência de cuidado, aos quais estes são vinculados na Atenção Básica e CAPS em consonância com os objetivos do projeto.
Sérgio Henrique Marçal explica que a realização do projeto justifica-se pelo avanço que este representa a nível local, ao promover o empoderamento e estímulo ao protagonismo social de usuários e familiares. “Com esta iniciativa estamos fortalecendo a RAPS local, a partir do exercício da cidadania, favorecido pela criação de condições ao usuário de indicar as necessidades psicossociais a serem satisfeitas. Esse exercício contínuo contribui para a integralidade da atenção e promoção humana, possíveis a partir do envolvimento das pessoas no processo de cuidado, fazendo delas agentes de mudanças nas decisões sobre políticas, programas e serviços”, esclarece o diretor da Atenção Psicossocial.
Entre os objetivos das oficinas de capacitação, a Rede de Atenção Psicossocial espera inserir usuários da RAPS local nos Conselhos Municipais como Conselho de Saúde, da Pessoa com Deficiência, Conselho de Assistência Social, Anti Drogas e outros, como forma de apropriação sobre atribuições do Controle Social, exercício de direitos e Gestão Participativa.
“A capacitação vem promovendo a vinculação comunitária das pessoas em sofrimento/transtornos mentais decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e seus familiares, garantindo o acesso à qualidade dos serviços, cuidado integral com assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar. Esse processo certamente permitirá a expressão de sentimentos, emoções e vivências singulares focando a reabilitação desses pacientes e seu empoderamento sobre as questões inerentes a suas condições de saúde e doença”, destaca Marçal.
Como culminância do Projeto, a proposta é que seja criada uma Associação dos Usuários da RAPS local e seus familiares, composta formalmente com personalidade jurídica, e que ao final de um ano das ações seja realizado um encontro na forma de um Seminário Municipal para compartilhamento e fortalecimento das experiências produzidas.
Luiza Carvalho – Jornalista
Secom/PMU
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