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A Rede Municipal de Ensino acompanha interdisciplinarmente, a campanha do Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio no Brasil. Professores responsáveis pelos Grupos de Liderança das 31 escolas de Ensino Fundamental realizam atividades relacionadas ao tema, uma pauta importante. Uma equipe multidisciplinar da Secretaria Municipal de Educação (Semed) acompanha os trabalhos nas unidades, com o propósito de que os jovens conheçam e discutam o assunto abertamente.
Ana Sbrissa, pedagoga da Semed, tem munido os professores com materiais sobre o tema e orientado sobre o como falar de depressão, síndrome do pânico e prevenção ao suicídio. “Aproveitando a divulgação nas mídias sobre o setembro amarelo, essas problemáticas, no entanto, não podem ser encerradas no final do mês. O aumento da depressão e índices alarmantes de suicídio entre jovens é um caso seríssimo de políticas públicas”, alerta.
Cada professor tem autonomia para aplicar o tema da forma que melhor atender às condições e necessidades dos grupos, como palestras interativas, rodas de conversa, vídeos. “São instrumentos valiosíssimos para trabalharmos temáticas tão delicadas. O assunto ainda é um tabu para a sociedade. Em minha opinião, só teremos uma transformação de verdade, quando houver uma rede de propostas abrangendo alunos, pais e professores”, completa.
Um exemplo é o projeto da professora Rita de Cássia Speridião Silva, da Escola Municipal Frei Eugênio, o Grêmio "Changes", resolveu abrir a discussão em sala de aula. “Após algumas pesquisas e uma roda de conversa, os alunos decidiram que o meio mais eficiente de engajamento nessa luta é mostrar que, se as coisas não andam bem, o melhor a se fazer é pedir ajuda. Eles incentivaram os colegas a pedir auxílio quanto algo os afligirem e que guardar sentimentos ruins não faz bem”, comenta. Eles ainda montaram um painel com frases e poemas motivacionais e mantiveram na biblioteca uma caixa para que os alunos pudessem escrever de forma anônima os seus problemas. Dessa forma, o Grêmio, com auxílio de uma psicóloga voluntária e a professora orientadora, podem responder da melhor forma aliviando o sofrimento dos colegas.
Na Escola Municipal Celina Soares de Paiva, a professora Maria Cléria Fernandes trabalhou inicialmente com os Agentes de Meio Ambiente, com uma abordagem mais leve, porém necessária. “Tivemos um caso próximo da realidade deles e essa campanha veio em boa hora. Precisamos falar!!”, alerta. A professora orientadora também mostrou vídeos e músicas para levantar a autoestima. A ideia é que os alunos sejam multiplicadores. Ana Sbrissa foi convidada para uma roda de conversa. “Surgiram vários depoimentos sobre tristeza, imediatismo, consumismo, dentre outros. Então, sugerimos uma Caixa do Desabafo, e os questionamentos serão levados, anonimamente, a uma roda de conversa. Ficou claro que a minoria não tem abertura com os pais para falar”, completa.
Setembro amarelo. Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2015 concentradas em Brasília. Mundialmente, a IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio estimula a divulgação da causa vinculada ao dia 10 do mesmo mês no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.
O CVV. Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo pelo número 188, email e chat 24 horas todos os dias.
Monica Cussi
Comunicação Semed PMU
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