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Educação e Cultura

10/11/2018 - Uma década da efetivação de políticas para a Educação Especial

Uberaba é representação máxima na região 


Uberaba (MG) é referência no Brasil em Educação Inclusiva. Nos últimos cinco anos, a Prefeitura investiu muito para oferecer ensino de qualidade para as 26 mil crianças e adolescentes da Rede, sem discriminação. Somente na educação inclusiva, foram cerca de dez projetos, que abrangem desde o atendimento ao aluno com deficiências, síndromes ou problemas de aprendizado até o acolhimento às famílias. Denise Scussel, chefe do Departamento de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação (Semed), comenta que em 2018 marca os dez 10 anos da efetivação da Política Nacional da Educação Especial, sob a perspectiva da educação inclusiva. 


“Uberaba alcançou esse título de Polo da Educação Inclusiva junto ao MEC, justamente porque teve o apoio da gestão municipal, que acredita e incentiva as ações em prol de uma educação para todos. O salto em relação aos municípios mais próximos aconteceu porque se abriram as portas de campos de estudo, pesquisa, conhecimento de outras experiências e prática”, diz.


Para que esse atendimento fosse possível, com qualidade, e Uberaba se tornasse polo de educação inclusiva, a Semed assumiu o compromisso de formar professores especializados para educar as pessoas com deficiências. Desde então, o que era chamado apenas de Educação Especial, tornou-se realmente uma ação inclusiva.


Estrutura. Todas as 73 unidades escolares, mais os Cemeas e o próprio Centro de Referência em Educação Inclusiva “Paulo Antônio Pável de Carvalho”, (Crei), contam com profissionais preparados para orientar sobre o trabalho. São mais de 700 atendimentos ao mês, de acordo com as necessidades de cada um. A rede conta com psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, pedagogos, dentre outros.


Nas escolas da rede municipal, 76 professoras das salas do Atendimento Educacional Especializado (AEE), presente em todas as escolas, e 360 profissionais realizam atividades específicas para o desenvolvimento do aluno. Além disso, as escolas contam com salas multifuncionais. Um dos destaques desse ano foi a implantação de uma sala de aula no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM), para uma aluna que não pode sair do local. Um avanço para o ensino municipal.


Denise também destaca que, a partir do trabalho realizado pela Semed, há demanda espontânea da comunidade, em projetos que podem acolher essas pessoas, como o Labor, que prepara os participantes para assumir perfil de produtividade dentro do ambiente em que se encontra, com trabalhos manuais, conforme as condições de cada um.


A rede municipal não está preocupada somente com a educação especial, que seria para pessoas com deficiência, mas para acolher e orientar sobre todas as diferenças. Até o representante do Ministério Público, promotor da Vara da Infância e Juventude, André Tuma tem destacado em palestras e encontros com lideranças sobre o trabalho realizado na rede municipal.


A professora Rosicléia dos Santos Oliveira conta que uma simples leitura já indica vitória para os alunos e professores. Marco Aurélio Chaiben, pai do aluno Nelson, enfatizou o desenvolvimento do filho com “evolução que ele não teve em praticamente todo o tempo que ele fez fono”.


William Rocha, estudante, conta como é a relação com Kauan Lucas, que tem deficiência física. “Tem uns amigos que te tapeiam que não gostam de você, mas ele é diferente, ele não faz nada assim”. Já Kauan diz que o amigo o leva para onde ele quer ir.


Mostra de trabalhos AEE - Nesta sexta (09), no pátio e corredores da ala esquerda do prédio da Prefeitura de Uberaba (Interno), aconteceu a Exposição de Trabalhos Científicos-pedagógicos, em forma de posters, das professoras do Atendimento Educacional Especializado, (AEE), com relatos de experiência do ano de 2018.


Cerca de 60 trabalhos foram avaliados por uma comissão e trataram diversos temas, como “Estimulação visual na Educação Infantil”, “Paralisia cerebral: como podermos alfabetizar e levar este aluno ao letramento”, “O Fantoche como instrumento de auxílio na aprendizagem”, “A relação da família na instituição escolar no Projeto de Acolhida às Famílias (GAF) e “Tecnologias aliadas ao desenvolvimento de crianças com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor”, dentre outros.


Florence Alves Pereira de Queiroz, mestre em educação, psicopedagoga, tradutora de interprete de libras apresentou o trabalho intitulado “O atendimento educacional especializado para crianças com transtornos psicóticos”, com o qual ela trabalha na Escola Municipal Ricardo Misson. “É uma oportunidade interessante, a chance de divulgar a educação inclusiva, enfatizada após a Lei de Diretrizes e Base (1996) e demonstrar o quanto o trabalho surte efeitos positivos para a criança.


A diretora Raquel Beatriz Dias de Oliveira ressalta o grande incentivo do governo municipal. “Se não tiver governantes que abracem isso, e professores que coloquem em prática, e podemos citar também o investimento em formação pelo Departamento de Educação Inclusiva, não temos um bom resultado”, finaliza.


Todas as escolas da rede municipal dispõem de salas de AEE, com pelo menos um profissional especializado. São cerca de 500 alunos atendidos nesses locais e um trabalho reconhecido pelo MEC como destaque na região, transformando Uberaba em Polo de Educação Inclusiva.


Jornalista Monica Cussi
Comunicação Semed/PMU

 
 
 

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