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Educação e Cultura

14/10/2019 - Bonecas Abayomi são usadas como estratégia de ensino-aprendizagem da cultura africana em Uberaba

A oficina de bonecas Abayomi foi uma das estratégias adotadas pela professora de artes visuais Ana Raquel da Silva para as atividades do curso de Educação para as Relações Étnico Raciais. Por ser elemento nato da África, que valoriza e contribui para o reconhecimento da cultura afro-brasileira, uma vez que faz parte da herança cultural dos negros africanos para o Brasil. A oficina tem o objetivo de atender aos requisitos da Lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira e africana nas instituições de ensino.


A professora da Casa do Educador e mediadora do curso, Ana Raquel da Silva, explica que percebeu a necessidade de buscar ferramentas para abordar a temática tanto com alunos quanto com professores. “Anteriormente, víamos ações pontuais em datas específicas como 13 de maio e 20 de novembro e depois não se falava mais sobre isso. Existia a necessidade do desenvolvimento de uma nova proposta de formação continuada de professores”, declara Ana Raquel.


Segundo a tradição, as bonecas Abayomi eram confeccionadas nos tumbeiros que transportavam os africanos para serem escravizados no Brasil. Diante da ameaça dos marinheiros de atirarem as crianças ao mar, caso elas não sessassem o choro, as mães rasgavam pedaços de suas vestes e faziam pequenas bonecas para distraírem os filhos.


Ana Raquel explica que, para expandir o leque de possibilidades e desenvolver mais ferramentas de estudos, imergiu numa pesquisa sobre a cultura afro-brasileira. As pesquisas foram feitas com base na “Coleção Que História é Essa?”, da professora e escritora Rosa Margarida de Carvalho Rocha, mestre em educação e trabalha com formação de professores para a implantação da Lei 10.639. “Dividimos o curso em turmas por período. A turma da manhã fez a parte em que a menina está na aldeia; a da tarde fez uma parte em que está em alto mar e a turma da noite é quando ela chega no Brasil”, explica a professora.


Para possibilitar estudo aprofundado sobre a cultura afro-brasileira, Ana Raquel pontua a participação da equipe da Biblioteca Pública Bernardo Guimarães. “É importante ressaltar o empenho da equipe da Biblioteca Pública que auxiliou nesse processo de pesquisas. Todo o projeto é contextualizado, tivemos o cuidado de ter embasamento porque os professores são multiplicadores do conhecimento”, finaliza Ana Raquel.


Além da confecção de bonecas, diversas atividades sobre o tema acontecem paralelamente, na arte, na literatura, que exigem um contexto pedagógico e complementam o cronograma do curso. Há também nas escolas municipais, vivências com textos e atividades inclusive de videoconferência sobre a cultura afro no País, com nomes nacionais. Com os alunos também é trabalhado o livro “Karu: Cabeça encaracolada, ideia descolada”, cuja autora Heliana Castro Alves mora em Uberaba.


Estagiária Jorn. Ana Rizieri

 
 
 

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