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O retorno às aulas presenciais na rede municipal de ensino dominou a agenda da semana da Secretaria de Educação de Uberaba (Semed).
O tema foi tratado em reuniões com o Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação e dos Direitos da Criança e do Adolescente, Sindicato dos Educadores do Município (Sindemu), Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Uberaba (Comdicau), Conselho Municipal de Educação e gestores das 75 unidades escolares da rede e Organizações da Sociedade Civil (OSCs) parceiras, além dos secretários municipais de Saúde e Desenvolvimento Social e chefia de gabinete.
Secretária de Educação, a professora Sidnéia Zafalon informou que todas as medidas necessárias para a retomada do modelo presencial estão sendo tomadas, assim como assegurou que em momento algum as escolas deixaram de ministrar aulas aos alunos da rede, sendo adotado o modelo remoto.
Ao coordenador regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação e dos Direitos da Criança e do Adolescente (Credca), promotor André Tuma, a titular da Pasta afirmou que a rede municipal está ministrando as aulas “usando todos os recursos e plataformas digitais possíveis para alcançar os alunos.”
Para os estudantes que não têm conectividade ou equipamentos para acessar as aulas, as unidades escolares disponibilizam atividades impressas, acrescentou Sidnéia. Segundo ela, passados quase quatro meses da nova gestão, a rede está bem mais estruturada em relação às medidas sanitárias necessárias para o enfrentamento ao coronavírus.
Sidnéia, pondera, contudo, que se de um lado as escolas e Cemeis estão se preparando para receberem os alunos e servidores com segurança, de outro, os números da pandemia não arrefecem. Nesse sentido, ela voltou a defender, durante as reuniões, a vacinação dos trabalhadores da Educação, como já foi solicitado pela prefeita Elisa Araújo ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
“Vemos a necessidade da vacinação como uma esperança”, coloca Sidnéia. Secretário municipal de Saúde, Sétimo Bóscolo, que também esteve em reunião com a Educação, alertou para a queda na faixa etária das pessoas contaminadas pelo Covid-19.
Para o representante do Ministério Público, não se pode condicionar a vacinação com a volta às aulas. André Tuma solicitou à Semed um plano de retomada das atividades presenciais. Para ele, não justifica a Prefeitura autorizar a rede privada voltar e manter as aulas remotas no Município.
O também promotor de Justiça, Rafael Calil Tannus, assinalou que o Ministério Público irá acompanhar todo o processo.
Ao MP e ao presidente do Sindemu, Bruno Ferreira, a secretária disse que avalia voltar em agosto com aulas híbridas e escalonamento, “mas qualquer decisão depende da evolução da pandemia”. A comunidade escolar também será ouvida.
“Não é uma decisão fácil e sabemos ainda dos riscos com o uso do transporte escolar e coletivo”, observou Sidnéia, que participou das reuniões ao lado da secretária adjunta, Cristiana Borges, da assessoria jurídica e equipe da Inspeção, além de diretores da Semed.
Outras preocupações debatidas esta semana, trazidas pelo Comdicau, tratam da vulnerabilidade social e violência contra as crianças e adolescentes, acentuada com a pandemia. A secretária de Desenvolvimento Social, Gicele Gomes, a chefe de Gabinete Miria Rezende e o presidente do Conselho, Willian Brito, entre outros conselheiros, também participaram da reunião, além do titular da Saúde.
Sidnéia pontuou que a escola não pode perder seu real papel que é o de promover o ensino e a aprendizagem, diferente da Seds. Mas que é uma preocupação da Educação atender à demanda pela alimentação, que ocorre por meio da distribuição das cestas básicas.
“Nós vamos voltar e estamos nos preparando”, reforçou Sidnéia aos interlocutores das reuniões, enquanto a adjunta da Educação salientou que a Pasta está sempre aberta ao diálogo.
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